Resenha do livro: Flores para Algernon

 Começando essa resenha já sabendo que vou sofrer escrevendo, até porque sofri bastante lendo, aí vocês vão descobrir se o tal sofrimento foi bom ou ruim kkkkkkkkkkkkk. Já até coloquei as músicas da Adele para entrar no clima da resenha de hoje. Fiquem com a sinopse e depois com a minha opinião sobre :)

SINOPSE

Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual grave, sempre sonhou em ser inteligente. Depois de algum tempo de pesquisa, foi descoberto um modo cirúrgico revolucionário de aumentar a inteligência das pessoas, porém ainda estava em teste e o único ser que tinha participado dessa tal cirurgia foi o rato Algernon. Charlie então se dispõe a participar da cirurgia e sua inteligência aumenta MUITO. Ele passa a questionar a realidade, refletir sobre o passado e sobre a sua existência. Será que a inteligência é uma coisa totalmente boa? Será que Charlie tem maturidade para isso?

MINHA OPINIÃO SOBRE

Eu consegui dividir dois Charlies, o Charlie de antes da cirurgia que era um menino bondoso, ingênuo, inocente e cheio de esperança no mundo e nas pessoas e também teve o Charlie de depois da cirurgia, um menino cheio de inteligência, mas com o emocional completamente acabado. Foi um livro que misturou bastante ficção com filosofia, psicologia e romance. "Flores para Algernon" foi todo escrito como relatórios de progresso, que era tipo um diário de Charlie, então o leitor acompanha da visão do personagem principal todos os acontecimentos em detalhes.

Eu sofri muito vendo o Charlie relembrar o passado dele, ver tudo o que aconteceu com ele quando ele só precisava de amor e carinho doeu muito. Antes de ficar inteligente a sociedade queria mudar ele a todo custo e faziam muitas maldades com ele. Depois da cirurgia, quando Charlie chegou no Q.i dos outros foi uma maravilha, quando ele passou do Q.i dos outros é que foi o problema, ele sem perceber acabava fazendo com os outros a mesma coisa que faziam com ele, os assuntos que para muitos era considerado difícil Charlie achava fácil até demais e as dúvidas dele ficaram tão intensas que ele precisou questionar doutores... e tais doutores não sabiam a resposta. Então eu percebi que ele sofreu muito tanto quando tinha inteligência baixa demais, quanto quando tinha inteligência alta demais.

Quando ele chegou no auge da inteligência ele passou a questionar os cirurgiões que fizeram a própria cirurgia. Achei super triste o final, eu queria proteger o Charlie de todos ali e queria mais do que tudo voltar no tempo e impedir ele de fazer aquela cirurgia, ao mesmo tempo em que meu outro lado dizia que a experiência da cirurgia valeu a pena porque ele queria muito viver aquilo. Percebi que a inteligência é tão perigosa quanto a ignorância. 

Ficou bem claro para mim que Charlie NUNCA foi tratado como um ser humano, sempre foi tratado como um cobaia de laboratório (ele era realmente um cobaia, mas isso não torna ele menos humano). Achei a ideia do livro muito incrível, nunca tinha visto nada parecido e recomendo muito. O único ponto negativo foi que quando estava mais ou menos no meio do livro a leitura começou a ficar muito densa e tive que parar várias vezes, não foi uma coisa fluida nessa parte, mas valeu cada segundo. 

E antes de finalizar essa parte da minha opinião, preciso dizer que as referências filosóficas e dos métodos de análise psicológica foram INCRÍVEIS.

FRASES

“Apenas pouco tempo atrás aprendi que as pessoas riam de mim. Agora consigo ver que inconscientemente me juntei a eles, rindo de mim mesmo. Isso dói mais que tudo.”

"Inteligência é um dos maiores presentes humanos. Mas a busca por conhecimento exclui a busca por amor."

"Inteligência sem a habilidade de dar e receber afeto leva a um colapso moral."

“Quanto mais inteligente você se tornar, mais problemas você terá, Charlie. Seu crescimento intelectual vai ultrapassar seu crescimento emocional..."

“Estava tudo bem enquanto eles pudessem rir de mim e parecer inteligentes à minha custa, mas agora eles se sentiam inferiores ao imbecil [...] Eu os havia traído, e eles me odiavam por isso.”






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