Resenha do livro: Torto Arado *muito bom*

Cheguei para falar de mais um livro que eu li, hoje eu resolvi fazer essa resenha de um jeito diferente, espero que gostem.

Torto arado te faz viajar para o sertão do nordeste brasileiro, conta a história de uma família que vive na roça e tem foco em duas irmãs: Bibiana e Belonísia, que têm um laço profundo que vai além do fato de serem irmãs devido a um acidente que ocorreu na infância das duas e a partir disso uma precisa falar pela outra. O livro fala de assuntos super importantes como o direito a terra, trabalho análogo a escravidão, desigualdade social (dá para usar no Enem) tudo isso incluso em uma narrativa que te prende do início ao fim.

"De tudo que vi meu pai bem-querer na vida, talvez fosse a escrita e a leitura dos filhos o que perseguiu com mais afinco."

O livro é muito viciante, a história vai tomando forma e você fica simplesmente dependente de saber o que vai acontecer depois, como a história vai terminar e o que tal acontecimento significa, o autor trouxe informações muito interessantes sobre o dia a dia das pessoas que moram na roça, no ambiente rural. A parte social é muito bem desenvolvida, as relações entre as pessoas foram trabalhadas com maestria e o carisma dos personagens foi o ponto alto do livro. Além da parte social eu gostei muito de saber sobre a natureza, adorava quando o autor trazia sobre a paixão da Belonísia pela natureza, sobre como eles se viravam no período de cheia, no período de seca e nas outras épocas.

Outra coisa que tornou a experiência surreal foi o fato de nós leitores podermos acompanhar o crescimento das meninas, desde a infância até a fase adulta, o que tornou o fim da leitura um pouco doloroso, eu não queria terminar o livro nem me despedir das personagens que eu praticamente carreguei no colo, conheci desde que eram bebês. Enfim, eu recomendo bastante esse livro, mas não é para ir esperando romance romântico mesmo, o livro é um romance mais lírico, realista e afins. 

"Havia sido parido pela terra. Achava engraçado vê-lo utilizar essa imagem para afirmar sua aptidão para a lavoura. Nunca havia pensado que tinha sido parida pela terra. A terra “paria” plantas e rochas. Paria nosso alimento e minhocas."


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