Resenha do livro: Matéria Escura

 Comecei o ano com um livrinho de ficção científica de um autor que eu adoro, foi muito legal a experiência apesar dos pontos negativos, fiquem com a resenha :)

SINOPSE

Jason tem uma família linda, mas é apenas um professor de física mediano na universidade em que trabalha. Até que um dia ele é raptado, levado pra uma usina abandonada e o sequestrado injeta nele uma substância que o deixa inconsciente. Quando Jason acorda ele está num laboratório chiquérrimo, com uma equipe lhe recebendo e um completo estranho lhe dizendo "Bem vindo de volta, amigo!". Jason logo fica com diversos questionamentos e tenta a todo custo voltar para o mundo em que conhece. O livro aborda questões de identidade, fala sobre escolhas, ciência e faz inúmeras reflexões regida pelo questionamento: "Você é feliz com a vida que tem?"

MINHA OPINIÃO 

Acho que a melhor parte de ler ficção científica é poder se perder nas explicações e ficar tão imerso a ponto de acreditar que aquele enredo poderia ser real. Acontece que em "Matéria Escura" não consegui sentir que a narrativa tinha um pé na realidade, não senti que eu poderia acordar amanhã e toda aquela descoberta se mostrar real, essa falta de imersão e de realidade cortou um pouco a proposta do thriller, o que pode facilmente ter sido uma falha minha e não da narrativa em si.

Apesar de ter visto um número impressionante de resenhas criticando a falta de profundidade dos personagens, continuo pensando que o desenvolvimento de cada um deles foi sim muito bom. O autor conseguiu trazer todas as emoções dos protagonistas, com a narração sob o ponto de vista do personagem principal, que inclusive achei um querido em todos os aspectos, gostei bastante da forma como foi retratado o amor dele pela esposa, o carinho enorme pelo filho e a força de vontade para fazer de tudo pela própria família. Outro ponto positivo foi a união perfeita entre ciência e filosofia, eu amei cada segundo em que foi apresentada uma explicação científica seguida por uma reflexão super profunda sobre a vida e sobre as escolhas. Mesmo tendo criticado a proposta do thriller, é inegável o dom que o Blake tem pra trazer uma atmosfera de ação e angústia, sofri bastante junto com o protagonista e depois de um tempinho de pesquisa descobri que ele conseguiu criar essa ideia de suspense e ação por conta dos parágrafos curtos (simplesmente o rei do "enter"), os parágrafos curtos com a descrição rápida e fluida das ações me deixou fascinada e mesmo nos momentos em que a narrativa se tornou entediante a sequência perfeita de construções de parágrafos me motivou a continuar.

Sobre o final, muitas pessoas comentaram que o final foi muito "Sessão da tarde" e eu concordo totalmente, inclusive foi por isso que gostei. Quando começaram a surgir os clones do protagonistas eu jurei que o enredo ficaria uma bagunça e que a construção da narrativa seria jogada no lixo, mas ainda bem que isso não aconteceu, o autor conseguiu encontrar explicações razoáveis e conduzir o final pra um desfecho super fechado e completo. Sabe quando a gente lê o final e fica feliz por não ter sido um desfecho aberto e sem resposta? Foi exatamente isso que senti, só senti falta de mais informações acerca da personagem Amanda, que só sofreu o livro inteiro e parece não ter tido o final que realmente merecia.

Enfim, foi um mix de emoções, senti tédio, vício, tristeza, alegria e quando acabou eu senti que facilmente leria até a lista de compras desse autor, dei 4 estrelas por conta dos problemas técnicos de narrativa e dos momentos em que achei chato, mas em geral foi uma leitura intensa, uma experiência ótima e recomendo para todo mundo que quer entrar um pouco nesse mundo da literatura científica. 

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